Como comer e os efeitos nocivos do açúcar, VisioConference por Lwiis Saliba via Zoom Quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Como comer e os efeitos nocivos do açúcar, VisioConference por Lwiis Saliba via Zoom Quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Comer de forma rápida e nervosa é um erro terrível

Muitas pessoas falam sobre o que comer e quais alimentos são saudáveis ou não, mas poucos pesquisadores estão interessados em “como comer”. Estou me referindo ao livro do especialista francês Pierre Pallardy, “Et si ça venait du ventre”. Sua notável teoria é baseada em sua longa experiência em terapia. “Quando uma pessoa chega aos sessenta anos, já dedicou mais de cinco anos de sua vida à alimentação. O estômago trabalha dia e noite e está em constante atividade” (p. 41). Ele está mais interessado em como as pessoas comem do que no que elas comem. Ele diz (pág. 42): “Comer nervosamente, sem apetite, rapidamente e a qualquer hora é um dos erros mais terríveis que se pode cometer”. Ele cita um provérbio francês muito importante sobre o assunto (pág. 42): “L’homme creuse sa tombe avec sa fourchette” (O homem cava seu túmulo com o garfo), e nos provérbios libaneses há algo equivalente a “Le fils d’Adam creuse sa tombe avec ses dents” (O filho de Adão cava seu túmulo com os dentes). Mas a maioria das pessoas não entende ou não sabe, como indicam os versículos do Alcorão Sagrado (Yusuf 12/26, Al-Ma’idah 5/103).

O primeiro conselho é abster-se de comer fast food e evitar os pontos de venda de fast food, pois a cultura do fast food levou a internações hospitalares, como diz Pallardy (p.45): “Uma das consequências mais importantes do fast food é que ele desencadeia o desejo por cigarros e substâncias excitantes, como café e chá, que geram vários tipos de distúrbios”.

Como resultado, as pessoas precisam comer devagar, deliberadamente e sem pressa (p. 50): “Comer devagar é essencial para a saúde do segundo cérebro (o abdômen). O alimento nunca deve ser engolido rapidamente sem mastigar”.

Comer devagar é um antigo preceito budista

É nesse ponto que o autor encontra o sábio e monge budista contemporâneo Tich Nath Hanh (1926-2022), que chamava seu centro de meditação de “Clínica da Lentidão” e ensinava seus discípulos a comer devagar e com atenção plena. Essa lentidão não deve se limitar à alimentação em nossas vidas, mas deve se estender à maioria de nossas atividades nesta era de velocidade.

Comer devagar é um mandamento fundamental e antigo do budismo, que remonta ao próprio Buda Gautama. Seu conselho inclui: “Coma devagar, ouvindo seu corpo, e deixe que seu estômago lhe diga para parar, em vez de seus olhos ou sua língua”. (Saliba, Lwiis, Ainsi enseignait le Bouddha, 2ª ed., 2024, verso 31/1, p. 315). Buda talvez seja o sábio mais antigo a recomendar e enfatizar a necessidade de ouvir o próprio corpo, o que se tornou um conselho familiar, comum e popular hoje em dia. Mas o que chama nossa atenção aqui é que ele se concentra em ouvir os sinais do estômago de que está satisfeito e pede para parar de comer, em vez de ouvir as mensagens da língua ou dos olhos. O objetivo é, sem dúvida, evitar a gula, a avareza ou a glutonaria. A língua sempre busca o sabor e o prazer da comida, e não o que é suficiente e satisfatório para o corpo, e os olhos buscam o prazer da visão da comida, e não o que o corpo precisa e está satisfeito. Portanto, o sinal e a mensagem do estômago continuam sendo os mais corretos nessa área. Entretanto, aqueles que estão familiarizados e acostumados a ouvir as mensagens do estômago quando comem são, de fato, muito poucos, enquanto a maioria das pessoas continua interessada no que a língua e os olhos apreciam.

O Buda tem outro conselho, recomendando a prática da atenção plena à mesa, ele diz: “Quando você come uma tangerina com atenção plena, você está em contato real com ela, e sua mente não é agitada por pensamentos do passado ou do futuro, mas permanece no momento presente. (Saliba, Lwiis, Ainsi enseignait, op. cit., verso 31/2, p. 316). Essa atenção plena ao comer foi a primeira coisa que Gautama Buda ensinou depois de atingir a iluminação ou o Nirvana, conforme relatado em sua biografia, preservada e contada pela tradição budista.

A dieta e o desenvolvimento do altruísmo

Outro aspecto importante da alimentação é que cada refeição deve ser uma oportunidade para desenvolver o altruísmo e pensar nos outros, especialmente nos famintos e necessitados. Uma história sufi dos Contos Zen ilustra esse ensinamento.

Ela conta a história de um santo sufi que queria conhecer e experimentar a diferença entre o céu e o inferno. Em uma visão, ele teve permissão para descer ao inferno e viu grupos de pessoas em mesas de jantar,

e na frente de cada um deles havia utensílios de cozinha (colheres grandes) que ele deveria usar, mas não podia por causa de seu tamanho excessivo, de modo que todos estavam sentados ali tristes, confusos, ardendo de fome.

 Quando esse santo sufi subiu ao céu, ele viu a mesma cena de mesas e colheres grandes com uma diferença simples e expressiva: cada um dos que estão sentados à mesa, com a colher grande nas mãos, alimenta a pessoa do outro lado, e assim todos são alimentados, e todos comem simplesmente porque cada um pensou no outro e lhe deu algo para comer. A diferença entre o inferno e o céu é o altruísmo e a abertura para os outros, servindo-os ou não.

Lembro-me aqui de um exercício que costumávamos fazer em nossas aulas de ioga em um ashram na Índia, que exigia que todos nós nos sentássemos à mesa, e ninguém tinha permissão para se alimentar, mas tinha que alimentar o vizinho, e esse, por sua vez, tinha que alimentá-lo. Achávamos que era um exercício divertido, mas não era. Achávamos que era um exercício divertido que nos fazia rir, mas era muito mais do que isso: ensinava a prestar atenção no outro, e o amor é uma questão de atenção. Veja como as duas tradições do misticismo islâmico e da ioga convergem nos detalhes práticos do desenvolvimento do altruísmo e do cuidado.

A importância de relaxar enquanto come

Outra condição importante é o relaxamento durante as refeições, ou seja, não comer com os nervos tensos (p. 49): “Você precisa comer à mesa em uma atmosfera de relaxamento. Se você se sentir tenso, é uma boa ideia fazer alguns exercícios de respiração antes de comer. E não se esqueça de que relaxar enquanto come é bom para a sincronização dos dois cérebros.”

Também é aconselhável fechar os olhos uma ou várias vezes enquanto estiver comendo por alguns segundos para sentir e relaxar mentalmente as áreas do corpo que estão tensas ou tensas, ou inspirar profundamente e expirar por um longo tempo, o que pode ajudar nesse relaxamento.

Com relação à escolha dos alimentos, o autor enfatiza a quantidade, citando o famoso médico suíço Paracelsus (10/11/1493-24/9/1541) que disse (p.68): “Nada é veneno, tudo é veneno, mas o veneno está na dose”.

Essa fórmula é semelhante à do pai da medicina, Hipócrates: “É melhor uma pequena dose do que é ruim do que uma grande quantidade do que é bom”.

A doçura é um flagelo moderno

No entanto, o autor critica fortemente a ênfase nos açúcares e seu alto consumo, observando (p. 75): “O sabor mais popular na Idade Média era o azedo, e na Europa renascentista o doce era quase inexistente. De acordo com especialistas, foi somente no século XVII, com a organização dos pratos durante as refeições, que se tornou possível distinguir entre doce e salgado”.

Pallardy continua observando (p. 75): “O desastre da promoção e do marketing do açúcar remonta aos anos pós-guerra da década de 1950”.

De acordo com os nutricionistas, a quantidade de açúcar consumida por uma pessoa comum aumentou dez vezes em cerca de um século (1920-2020). Esse aumento inexplicável e injustificado não é motivo de preocupação, especialmente porque o veneno está na dose, como citamos em Paracels?

Reduzir o açúcar e a carne alivia a depressão

O autor cita pesquisas científicas que confirmam o impacto negativo do açúcar e da carne de rápida assimilação sobre a psique humana, o que vale a pena refletir (p.151): “Um estudo americano com mil detentos em várias prisões mostrou que a redução do açúcar de rápida absorção, dos alimentos que aumentam a acidez e da carne vermelha acalmou o humor hostil, a ansiedade e o pânico.”

O açúcar e a carne levam à agressividade! E quanto aos seus efeitos fisiológicos?

Sobre o efeito carcinogênico da carne, Pallardy cita o professor francês Henri Joyeux, um reconhecido especialista no tratamento do câncer (p.159): “Evite alimentos ricos em radicais livres que oxidam o corpo: carne grelhada no carvão e salsichas, que comemos até as pontas queimadas; a carne grelhada no carvão tem o efeito carcinogênico de mil cigarros. Evite também óleos usados mais de uma vez e alimentos feitos de farinha branca: torradas macias, pizzas, sobremesas processadas e excesso de leite e derivados”.

Vale a pena refletir sobre esses preciosos mandamentos e colocá-los em prática. Se a incidência de câncer aumentou consideravelmente nos dias de hoje, isso se deve principalmente aos nossos novos hábitos alimentares, não saudáveis e até mesmo mortais, dos quais ainda não temos consciência.

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